Manhê, o Tonico me bateu… *

Daí que o Francisco, ultimamente, não tem tido muita vontade de ir à escola. Eu achei que estava normal, porque me disseram que era assim mesmo: primeiro chorar, depois adaptar e depois chorar de novo até a adaptação final. Mas eu já estava achando que a segunda fase de choradeira estava durando demais e resolvi perguntar pra ele se as tias brigavam com ele, se batiam nele ou qualquer coisa desse tipo, e ele sempre disse que não. Até que ontem a minha mãe perguntou se algum coleguinha batia nele e a resposta foi: “João”. Matou a charada!

300x210

O João é o amiguinho de quem ele mais fala. Toda vez que pergunto com quem ele brincou, ele responde que foi com o João. Quando vou buscá-lo ele sempre me mostra o João. Eles correm juntos, se abraçam… se eu tivesse que adivinhar quem era o amigo que bate nele na escola, jamais acertaria. A mãe dele está grávida (será que isso pode explicar a agressividade do rapazinho?), e quem escolheu o nome do irmão foi o João. O nome escolhido foi Francisco. A mãe dele diz que ele só fala do Francisco, o tempo todo. Vai entender…

Bem, hoje eu fui perguntar pra professora, como é o relacionamento dos dois. Fiz o Francisco dizer pra ela quem batia nele, e ainda pedi pra ele apontar, pra gente ter certeza de quem ele estava falando. Ela me disse que eu não sou a primeira que vai reclamar do mesmo menino (mas, vejam bem, eu nem reclamei. Eu sei que isso é uma coisa relativamente normal na idade deles), que já chamaram os pais dele e que a escola está tentando domar a ferinha. Eu imagino que este não deva ser um processo fácil, então pedi à professora que fique mais atenta quando os dois estiverem próximos, pro Francisco não virar saco de pancada do pequeno rebelde e nem ficar com trauma da escola.

A vontade que dá (mas passa, ainda bem) é de dizer pro Francisco: bate nele também, moleque!, mas eu sei que esse, nem de longe, é o melhor jeito de fazer o João parar, muito pelo contrário. Daí eu tentei explicar pra ele que o João ainda não aprendeu que não pode bater, que ele ainda não sabe que isso é feio e errado, e que é pra ele chamar a professora quando acontecer de novo, que ela vai ajudar. E que é pra ele brincar, também, com os outros amiguinhos que não batem. Ai, que situação… /o\

E eu vou tentar monitorar daqui, perguntando pra ele se ele brincou muito e com quem, se alguém brigou com ele, se ele chorou, se a tia brigou. Não posso ignorar o fato como também não posso supervalorizar, porque crianças brigam, batem, mordem, choram. É normal pela impossibilidade de controlar, ainda, as emoções. Francisco mesmo, em casa, quando está puto da vida com alguma coisa, tenta bater na gente, arremessa as coisas, tem faniquito… Não dá pra exigir que uma criança de 2 anos racionalize seus sentimentos.  Se eu achar que está demais, que passou do ponto, vou lá outra vez, só que dessa vez pra reclamar, porque a escola e os pais do menino já estão cientes do problema.

No mais, meldels, como o tempo voa: ele nasceu ontem e já tá apanhando na escola? O_o

 

* Mas porque diabos eu escrevi Tonico no título se o nome do moleque é João? Clique aqui, se você não teve infância ou se não era criança nos anos 80. :P

6 comentários:

  1. Ainda bem que ele falou o meu filho pra extrair alguma coisa que acontece na escola é um custo. Eu pergunto e ele só diz que foi legal dai depois vai contando algumas situações e a gente vai juntando os pontos. Qdo ele tinha 2 anos levou uma mordida de uma criança menor e com quatro ele que puxou o braço de um colega,e dai faço o possível e muito mais pra bater nele pq sempre digo ele não apanha e não pode bater em ninguém

    ResponderExcluir
  2. Meu guri, hoje já tem + 30 anos, quando pequeno também apanhava na escola, e ele era forte e eu não entendia o porque. Um dia virei para ele e disse: voce tem que reagir. Falei com tom forte e ele, acabou reeagindo. Quando busquei ele na escola estava um choro só, perguntei se tinha apanhado de novo e ele respondeu: não, eu bati, mas senti vergonha de ter batido, eu sou muito mais forte. Fiquei num baixo moral tão grande, me senti tão mal, havia feito meu menino ir contra a natureza dele de não violência. Para ele era muito mais facil apanhar e não reagir do que praticar uma violencia contra outro ser humano. Se me senti a pior das pessoas, imagino meu filho ainda criança. Pedi a ele então que dia seguinte pedisse desculpas ao outro garoto e que nunca mais precisava brigar com ninguem, evitasse. Ele chorou mais um pouco e concordou. No dia seguinte encontrei ele sorrindo, disse que tinha pedido desculpas e o menino acabou ficando amigo dele, não brigavam mais. Melhorou meu astral, mas a partir dai, claro que com algumas orientações que achei certo passar, deixei que todos meus filhos fizessem o que sentiam que estava certo desde que isso não os prejudicassem. Hoje todos com + de 20 respeitam minhas opiniões assim como respeito a deles e vivemos muito bem.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. oooown, tadinho... mas é isso. Enquanto está dentro do tolerável (porque é normal, criança pequenina assim não sabe lidar com as emoções e a agressão é instintiva), a gente tem que evitar se meter. Eu acho que eu fiz bem indo lá pedir a professora que ficasse de olho pra coisa não passar do ponto, porque dentro do quadro normal, o Francisco tb vai acabar, sozinho, aprendendo a se defender.Ou revidando, ou se afastando, o que ele, instintivamente, achar que é melhor. Se eu me meto, eu posso acabar forçando uma barra, e o Francisco acabar reagindo de um modo que violenta muito mais a ele do que ao amiguinho, assim como aconteceu com seu filho. É complicado, pq dá vontade de ir lá e dar um chega pra lá no moleque, mas eu já sei controlar as minhas emoções e eles estão, ainda, aprendendo. O negócio é monitorar e ir conversando mesmo.

      Excluir
  3. Pô, com meu Arthur sempre rolaram essas coisas. Tinha um menino terrível na escola antiga, foi um alívio quando acabou a pré-escola e eles tiveram que mudar.
    Na nova tem também um terrivelzinho e ele anda implicando muito com o garoto. Tudo é o Fulano: o Fulano mente, o Fulano pega meus lápis, o Fulano bate em todo mundo, o Fulano isso, o Fulano aquilo. Já dei até bronca. Até porque a mãe do Fulano, parece, tenta muito amansar a ferinha, mas parece que o garoto tá numa fase difícil.
    Acho que a fórmula é a seguinte: não ensinar a bater, a não ser numa pancadaria forte, pra evitar ser espancado. A onda "bateu, levou" só vai gerar mais porrada. Oriento o Arthur a procurar a professora ou o adulto responsável mais próximo. Na vida adulta também é melhor assim: procure a polícia ou a autoridade presente. Se não, vira tudo um bang-bang.
    Mas, aí, é phoda saber que tem alguém batendo no seu filho e não poder ir lá dar umas porradas no agressor.

    ResponderExcluir
    Respostas
    1. Mas é aquela velha história: a gente não pode agir no calor da emoção, fazer justiça com as próprias mãos, ou vai acabar valendo a máxima: "Olho por olho e o mundo acabará cego!" Ai, como ser mãe é difícil, gente! :P

      Excluir
  4. Opinião de quem ainda não tem filho: eu acho que você fez certo Ju. Acho que se fosse eu, teria feito a mesma coisa. Principalmente, teria ensinado que ele precisa reagir, sim, mas não com mais violência, mas chamando um adulto, alguém com autoridade naquela situação, que possa resolver. Acho que assim você nem está criando o Francisco passivo demais, do tipo que deixa que os outros o humilhem a torto e a direito, e nem criando um futuro agressor, que revida com violência, sempre.
    Tudo bem que estamos falando de crianças de 2 anos, mas como eu li por aí, é nessa idade que a criança se desenvolve para a vida toda, onde ela aprende os valores mais importantes e apresenta o maior salto de desenvolvimento.

    Então, tô contigo! Inclusive no sentimento de que ele cresceu demais em pouco tempo. O__o

    ResponderExcluir

E-familynet.com Ticker